No último domingo (16), a Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi palco de um grande ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. O evento, convocado por apoiadores do ex-presidente, contou com a presença de políticos, lideranças religiosas e milhares de manifestantes vestidos de verde e amarelo.
Discursos e pedidos de anistia
Jair Bolsonaro, principal figura do evento, discursou para a multidão, criticando o Supremo Tribunal Federal (STF) e, em especial, o ministro Alexandre de Moraes. Em sua fala, o ex-presidente classificou como injustas as penas aplicadas aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília e reforçou o pedido de anistia.
"Não podemos aceitar que brasileiros estejam presos injustamente", declarou Bolsonaro, sob aplausos da plateia. O ex-presidente também defendeu sua inocência diante das acusações que enfrenta no STF e reafirmou sua intenção de permanecer no Brasil.
Além de Bolsonaro, governadores como Tarcísio de Freitas (SP) e Cláudio Castro (RJ), além de parlamentares e líderes religiosos, participaram do evento e manifestaram apoio à causa.
Público e impacto político
Embora os organizadores esperassem cerca de um milhão de participantes, estimativas indicam que o público presente foi de aproximadamente 18,3 mil (número questionável) pessoas. A diminuição no número de manifestantes pode ser interpretada de várias formas.
Não se trata apenas de uma possível perda de capital político, mas também de um reflexo da percepção popular sobre a efetividade dessas manifestações. As pessoas não são ingênuas – elas avaliam se a mobilização tem gerado resultados concretos. E, até o momento, com exceção de raras ocasiões, as manifestações em prol da anistia dos presos do 8 de janeiro não têm produzido os efeitos esperados.
Além disso, há um fator que pode ter impactado diretamente a adesão: o temor. Em atos anteriores, manifestantes chegaram a ser presos e seguem detidos até hoje, o que pode ter levado parte dos apoiadores a reconsiderar sua participação.
Repercussão e próximos passos
O ato reforçou a mobilização de apoiadores do ex-presidente em torno da defesa de uma anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e da crítica ao Judiciário. No entanto, a redução no número de participantes pode indicar uma mudança no cenário político e nas estratégias do movimento bolsonarista.
O desfecho do julgamento no STF e a reação da base de apoio de Bolsonaro nos próximos meses serão determinantes para o futuro político do ex-presidente e de seus aliados. A dúvida que permanece é: novas manifestações conseguirão manter a força do movimento, ou o temor e a falta de resultados concretos continuarão afastando apoiadores?
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